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Mostrando postagens de julho, 2018

Comparação das reflexões de Tocqueville e do jovem Marx acerca do fenômeno da democracia

            Em A Democracia na América, Tocqueville analisa um país que passava por uma grande revolução social, uma revolução democrática, que vinha se desenrolando desde que os americanos proclamaram sua independência em 1776, compreende que a liberdade, a busca pela igualdade, o respeito à a constituição, que é conhecida e respeitada pelo povo, podem produzir uma nação sem precedente na história humana. Que a propriedade da terra é um elemento fundamental para o estabelecimento da igualdade de condições, posto que a concentração do poder político estaria associada à propriedade do solo (Tocqueville, 1987). Mesmo de origem aristocrática, era um defensor da democracia, desde que sem sobressaltos revolucionários, preconizando uma política liberal assente em quatro fontes de liberdade: a política, a de imprensa, locais e de associação. Considera a democracia uma ruptura com o passado, uma agitação anárquica. Tocqueville reconhece que o fenômeno que surgia na América do Norte, por

Como Erving Goffman articula a noção de papel social com seus limites e possibilidades heurísticas, e um adendo com o conceito parsoniano de papel

 Erving Goffman Goffman em sua obra Representação do Eu na Vida Cotidiana nos propõe uma analogia teatral para compreendermos o conjunto de interações que ocorrem cotidianamente entre os indivíduos no meio social. Para tal utiliza-se de termos comuns ao teatro para denominar os fatores destas interações. O indivíduo como um ator social, participando ativamente de todo o desenrolar de trama de sua vida. O ator é quem escolhe o seu papel, o palco a que se apresentar e a sua peça. Sob a máscara de um personagem, tendo sempre que manter e acreditar no seu papel ou pelo menos manter uma interpretação cínica do mesmo para que venha a convencer a sua plateia e possivelmente convencer a si mesmo. O palco é o seu cenário. Um conjunto formado por tudo o que o rodeia no momento exato de sua atuação, assim como a distribuição de outros atores em cena, compondo um plano de fundo para o desenvolvimento da ação humana. A plateia é um componente fundamental para o sentido da atuação, pois sã

Analise de A Sociedade Contra o Estado Capitulos I e XI

Nos capítulos Poder e troca: a filosofia do chefe indígena e o A sociedade contra o Estado, Pierre Clastres faz uma análise  descritiva da imagem do chefe nos povos primitivos da América do Sul, e como se desenvolve o relacionamento deste com os demais membros de sua própria sociedade de maneira igualitária . Sua intenção aqui é pôr em xeque interpretações antropológicas compreendidas por ele como etnocêntricas e que não abrangem de outras formas de organização social. Questiona a perspectiva de que sociedades primitivas sejam sociedades reduzidas, incompletas e carentes. Perspectiva esta que impede uma compreensão aprofundada dessas sociedades e suas realidades. Aponta a nossa incapacidade de compreender um mundo fora dos nossos parâmetros cotidianos e um certo evolucionismo presente na antropologia, onde se caracteriza sociedades e culturas diferentes pelo que elas não possuem em comparação com o modelo de sociedade ocidental e, por esse motivo, tende a incorrer o equívoco de con